terça-feira, 3 de agosto de 2010

Até quando?

Quando eu era criança e me perguntavam: Qual seu maior medo? Eu logo respondia, por espanto de alguns, que não era do bicho papão e muito menos do homem do saco, mas sim da violência, medo de ser sequestrado, assaltado e sofrer com isso.

Poderia ser diferente, mas esse medo não mudou. A única coisa que me tranquilizava enquanto criança é que as pessoas sequestradas eram sempre filhos de celebridades ou de pessoas com bastante poder aquisitivo. Hoje? Qualquer um está sujeito a ficar na mão de bandidos. Não precisando se quer ter uma conta bancária muito recheada.

As formas de violência crescem de acordo com o avanço tecnológico. Nossas informações em sites de relacionamento podem ser usadas para armar um sequestro, sabendo quem são nossos amigos e familiares e principalmente a nossa rotina diária. Quem nunca leu algo no twitter que diz: " Ganhei um iphone lindo e estou postando essa mensagem dele para dizer que hoje só chego em casa as 22hs". Pronto. Estão ali todas as informações que qualquer assaltante precisa.

É fato que violência assim acontece todos os dias, mas nós sentimos a dor mais perto quando ela acontece com a gente ou com pessoas que conhecemos. Aí sim lembramos que vivemos no meio de uma guerra urbana e que ninguem pode nos defender. Já pensou se no meio de um assalto à minha casa a polícia chega? Logo eu já me torno refém e as coisas, que já não estavam boas podem piorar. É melhor então que deixemos eles levarem tudo e que priorizemos nossa vida.

É cruel ver o trauma de pessoas que foram assaltadas, humilhadas e que correram o risco de vida. É cruel perceber que elas estão sem saída e que muitas dúvidas irão permanecer: Chamar a polícia ou não? Divulgar para a imprensa ou preservar a imagem? Mudar de casa ou ficar na mesma casa? Eles voltarão daqui 1 mês?

O risco está em qualquer lugar. E até quando?

Nenhum comentário:

Postar um comentário