A Janela

Fechei a janela. Prefiro não saber o que se passa lá fora. 

Não é recomendável olhar o caminho que leva para a realidade. Prefiro fechar os olhos e apenas lembrar de um lugar mais claro, com mais carinho. Um lugar onde as pessoas tem costume de se abraçar e de dar beijo nas costas antes de dormir. Um aconchego onde eu possa confiar. Chorar e rir. Brigar e não brigar. Amar e ser amado. Guardei as fotos. Imagens de um dia nublado, de uma praia vazia, de caras e bocas, de beijos e abraços.

Qual é nome desse lugar?

Deveria chamar Felicidade, se eu lembrasse apenas dos momentos em que estive abraçado e beijando. Se eu lembrasse somente do seu carinho e das suas risadas e piadas.

Poderia chamar insegurança se eu pensasse somente que isso pode acabar, como já acabou. Se eu lembrasse da sua cara feia ao desconfiar de algo que não resta dúvidas. Sim! eu gosto de você. Gostar inclui verdades e respeito.

Adoraria chamar realidade se eu não desistisse de lutar e de alcançar o que realmente quero. Um sonho que não é impossível e que sabemos disso.

Queria chamar Amor, amizade, carinho, sexo, Liberdade, enfim...

Eu fechei a janela para ter a certeza de que irei voltar. De que não deixaremos as diferenças falarem mais alto e que saberemos colocar o que deve ser colocado em primeiro lugar e deixar o resto de lado.